sábado, 10 de abril de 2010

Brasil medirá forças contra a elite mundial do ciclismo

Na Turquia, a equipe Scott/Marcondes César, de São José dos Campos se torna 1º do país na elite mundial do ciclismo.

O Brasil "estreia" neste domingo na elite do ciclismo mundial. Com a Scott/Marcondes César, de São José dos Campos (SP), o país pela primeira vez tem uma equipe em prova europeia, competindo junto aos principais times do Velho Continente. Tudo devido ao intenso trabalho para conseguir a licença da categoria profissional continental (Pro Continental).

O registro, abaixo apenas do Pro Tour, dá direito às maiores provas do ciclismo, incluindo a chance de se receber convites para Voltas como a da França e da Itália. A primeira experiência será com o convite para pedalarem no Tour da Turquia, que vai até o dia 18.

Luciano Pagliarini lidera o time, pela experiência de mais uma década nas competições de elite na Europa.

“Estamos dando um passo que nenhuma equipe nacional deu até hoje”, comentou Pagliarini, recém repatriado da Itália e principal estrela do time. “Estamos sendo muito bem vistos, e o Brasil como todo. Entrar nisso, com convite e tudo pago, não tem preço.”

“São 13 anos de trabalho”, diz o técnico José Carlos Monteiro, o Carlinhos, referindo-se à fundação da Scott, em 1997. “Nós estávamos ano a ano buscando este registro. A UCI (União Ciclística Internacional) leva muita coisa em conta: resultados, estrutura, atletas, currículo, dados financeiros, casos de dopins. Então foi um processo complexo, que levou quatro meses só para termos a documentação.”

Os desafios da empreitada começaram com competições na América do Sul neste ano, mas o mais importante é com esta viagem.

Em fevereiro, Pagliarini mostrou estar em boas condições ao vencer três etapas da Ruta de Americas, disputada no Uruguai. Todos os triunfos foram no sprint final e de forma muito disputada. A Scott foi a segunda colocada na competição, com Magno Nazaret sendo vice-campeão no individual geral.

Diretores e ciclistas sabem que não terão um caminho fácil, uma vez que estarão competindo com equipes tradicionais e experientes de todo o mundo. A Scott leva oito atletas para o Tour da Turquia.

“A princípio, queremos apenas ganhar experiência. Seria muita pretensão achar que temos chance de vitórias”, disse Carlinhos, admitindo as diferenças para os potentes rivais que terá pela frente. Já Pagliarini mantém a fé. “O objetivo não é ganhar, mas se a sorte virar para o nosso lado, estamos prontos”, analisa.

Um fator que não favorecerá o Brasil é o tipo de percurso. Enquanto o Brasil vai à Turquia com sprintistas, as provas devem exigir melhor preparo para montanhistas, com trechos bastante inclinados.

Nas Américas, apenas mais uma equipe tem o registro Pro Continental atualmente, a BMC Racing, dos Estados Unidos.

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